"Com a competitividade atual do mercado de trabalho, você só tem chance se for o melhor."
Você certamente já leu a frase acima (ou outra parecida com essa, não importa. Elas são todas muito parecidas mesmo). Elas estão nos classificados de empregos e nas revistas para executivos. Estão nas conversas dos fetos engravatados nos cursinhos, das crianças idiotas engravatadas nas faculdades, dos idiotas profissionais engravatados, que repetem as bobagens dos jornais, das revistas, dos gurus das frases feitas, dos nomes atraentes para tratar de processos cotidianos melhorados ("Ei, e se o parafusador recebesse a porca antes de receber o parafuso!?" "Ótimo! Vamos chamar isso 'Just in order'. Escreva um artigo para a Exame." E o artigo é publicado. E o autor é o gênio administrador da próxima quinzena).
Pois então, esqueça a frase do início; é bobagem.
Vamos pensar numa profissão concorrida. Digamos, medicina. Ok, é um curso muito concorrido, mas há muitas faculdades que oferecem, há muitos médicos no mercado. Certo, vamos afunilar mais um pouco, pensemos apenas em clínicos gerais. Pois bem, são algo entre 40 e 50 mil, no país.Quantos se dão bem? 1, apenas? 10? Pense melhor, mesmo que eu dissesse que "apenas" 10.000 destes clínicos gerais se dão bem, por serem os mais atualizados, os que freqüentaram as melhores universidades, você não continuaria desconfiado de que os outros 30 ou 40 mil não estão de fato tããããão mal assim? Eu desconfiaria.
O mesmo vale para executivos. Ao ler estes gurus de recursos humanos, fica-se com a impressão de que apenas umas poucas centenas de executivos podem se dar bem no tal do competitivo mercado atual (e você TEM que ser um deles!). Não sei, mas não me parece que as outras centenas de milhares de executivos (para ficar só pela região da Av. Paulista) estejam se vendo com a corda em seus pescoços.
Estão muito ameaçados se não se diferenciarem da maioria os torneiros mecânicos, que são substituídos aos montes por tecnologia, e que anos de política cruel transformaram em massa bastante homogênea, substituível.
Executivos não precisam ser os melhores. Basta não ser um dos piores. E para não ser um dos piores, aconselho algum conhecimento além do seu próprio universo diário profissional, alguma preocupação além do seu job description (na minha opinião, quanto mais distante melhor) e o máximo de leitura não diretamente relacionada à sua área (em geral, as que mais vão fazer diferença são aquelas a respeito das quais você pensou "eu não vou precisar disso nunca!"). E, claro, acreditar menos em gurus de recursos humanos e administração.
Você certamente já leu a frase acima (ou outra parecida com essa, não importa. Elas são todas muito parecidas mesmo). Elas estão nos classificados de empregos e nas revistas para executivos. Estão nas conversas dos fetos engravatados nos cursinhos, das crianças idiotas engravatadas nas faculdades, dos idiotas profissionais engravatados, que repetem as bobagens dos jornais, das revistas, dos gurus das frases feitas, dos nomes atraentes para tratar de processos cotidianos melhorados ("Ei, e se o parafusador recebesse a porca antes de receber o parafuso!?" "Ótimo! Vamos chamar isso 'Just in order'. Escreva um artigo para a Exame." E o artigo é publicado. E o autor é o gênio administrador da próxima quinzena).
Pois então, esqueça a frase do início; é bobagem.
Vamos pensar numa profissão concorrida. Digamos, medicina. Ok, é um curso muito concorrido, mas há muitas faculdades que oferecem, há muitos médicos no mercado. Certo, vamos afunilar mais um pouco, pensemos apenas em clínicos gerais. Pois bem, são algo entre 40 e 50 mil, no país.Quantos se dão bem? 1, apenas? 10? Pense melhor, mesmo que eu dissesse que "apenas" 10.000 destes clínicos gerais se dão bem, por serem os mais atualizados, os que freqüentaram as melhores universidades, você não continuaria desconfiado de que os outros 30 ou 40 mil não estão de fato tããããão mal assim? Eu desconfiaria.
O mesmo vale para executivos. Ao ler estes gurus de recursos humanos, fica-se com a impressão de que apenas umas poucas centenas de executivos podem se dar bem no tal do competitivo mercado atual (e você TEM que ser um deles!). Não sei, mas não me parece que as outras centenas de milhares de executivos (para ficar só pela região da Av. Paulista) estejam se vendo com a corda em seus pescoços.
Estão muito ameaçados se não se diferenciarem da maioria os torneiros mecânicos, que são substituídos aos montes por tecnologia, e que anos de política cruel transformaram em massa bastante homogênea, substituível.
Executivos não precisam ser os melhores. Basta não ser um dos piores. E para não ser um dos piores, aconselho algum conhecimento além do seu próprio universo diário profissional, alguma preocupação além do seu job description (na minha opinião, quanto mais distante melhor) e o máximo de leitura não diretamente relacionada à sua área (em geral, as que mais vão fazer diferença são aquelas a respeito das quais você pensou "eu não vou precisar disso nunca!"). E, claro, acreditar menos em gurus de recursos humanos e administração.
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