quarta-feira, agosto 01, 2007

Minhas vergonhas ou Poupando o dinheiro do analista – Parte V (acho...)

Com uns 15 anos cansei de ser um menino socialmente bonzinho e resolvi dar o troco a uma pichação mal-educada feita em minha homenagem. Deduzi quem tinha sido, escolhi um muro que ela sempre via, e pichei de volta: “Andréia biscate!”
No dia seguinte a mãe dela me caçou pelo bairro, me passou um sermão gigantesco e preconceituoso, no qual me lembrava que eu tinha escrito o nome da filha dela erradamente e fazia suposições não muito precisas sobre os meus pais.
Em casa eu jurei que não tinha pichado nada. E meu pai insistindo. E eu negando. Até ele me pegar pelo braço para me dizer que estava curioso sobre como algumas marcas da mesma cor da pichação em questão tinha ido parar lá em casa. Encolhi uns 5 centímetros nesse dia.


Um dia, adolescente, eu estava na rua com um colega, um de quem eu já não gostava muito mas que era meio líder natural da molecada do bairro, quando vimos meu melhor amigo chegando. Era melhor amigo mesmo, o cara em quem eu mais confiava, o que mais confiava em mim e, mais que isso, ele ainda verbalizava essas coisas. Aos 15 anos, não é pouco.
O colega malandro me sugeriu então “vamos dizer que aquele carrão parado em frente da minha casa, da visita, é do meu pai!” Quem já foi menino de 15 anos sabe a importância dessas coisas. E eu topei, e confirmei quando ele falou.
E meu melhor amigo responde, depois de olhar com incredulidade e esperar até que eu confirmasse a mentira: “Bom, se o Fernando está dizendo, então é verdade.
Poucas vezes senti tanta vergonha. Acho que foi nesse dia que parei de mentir novamente.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Mas olha, Fer, você é bem corajoso, viu?
Essa histórias pequenas e grandes ao mesmo tempo são difíceis de contar.
Abraço.

sexta-feira, 03 agosto, 2007  

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