quinta-feira, outubro 16, 2008

O lixo da imprensa

Idiota seqüestra a ex-namorada (que ele começou a namorar quando ela tinha 12 anos e ele 20, mais ou menos). Fica com ela e uma arma e um apartamento por 3 dias. Ocasionalmente dá uns tiros pela janela.

Em qualquer outro caso a polícia já teria invadido mas, nesse caso, talvez pela cobertura da imprensa, mais o fato dele não ter passagem pela polícia, a polícia tem tentado convencê-lo a se entregar. Na minha opinião já deveria ter invadido, depois de esperar no máximo até o segundo dia, mas esse não é meu ponto.

A partir do momento em que se decidiu por esperar e negociar, o que é evidente que está acontecendo? É lógico que estão conversando com o imbecil, conduzindo a conversa, tentando encaminhá-la para uma situação em que ele se sinta tentado a deixá-la ir, sem arriscar suas vidas, mas provavelmente sem deixar o quadro tão preocupante que a hipótese de suicídio se torne atraente.

Mas isso é só meu chute ignorante, quem não é negociador não sabe o que está acontecendo e, portanto, não tem conhecimento e poderia estragar tudo. Concorda? Não parece óbvio? Para mim também...

Mas não para os gênios da Folha de São Paulo e da Rede TV. Ambas falaram com ele por telefone dentro da casa, pelo que entendi no segundo dia de seqüestro.

A reportagem da Folha chegou a perguntar o que o cara pretende fazer depois do desfecho do caso. Caso que pode terminar com ele morto. Ou com ele na cadeia e a ex com outro. E a família dele num inferno. Imagino que essas não são coisas que os negociadores querem que ele imagine.

Ouvi que um comandante da PM disse que a entrega já estava acertada, mas que depois de coversar com a Folha e ser entrevistado ao vivo na tv o seqüestrador mudou de atitude e disse que ia assumir ele o controle da negociação e os rumos do seqüestro.

Muito bem. Folha e Rede TV por uma sociedade melhor.