sexta-feira, setembro 19, 2003

O que se vê é vero,
o teu sabor eu quero.
Mas nem só beleza eu vi.

O que se vê é vero,
o teu sabor eu quero.
Mas nem só beleza eu vi.

Vi cidades degradadas,
pessoas desamparadas
nas grades da solidão.

Fogo nos campos, nas matas.
Queima de arquivo nas praças.
Chovia nas ruas do meu coração.

O que se vê é vero,
o teu sabor eu quero.
Mas nem só beleza eu vi.

O que se vê é vero,
o teu sabor eu quero.
Mas nem só beleza eu vi.

Vi cidades turbulentas,
chacinas sanguinolentas.
Pensei que morava nas terras do mal.

Choro dos filhos, maldades.
Fora dos trilhos, cidades.
Pensei que sonhava e que tudo era real.

O que se vê é vero,
o teu sabor eu quero.
E a tua beleza eu vi.

O que se vê é vero,
o teu sabor eu quero.
E a tua beleza eu vi.

Vi uma estrela luzindo.
A minha porta bateu,
querendo me namorar.

Lua cheia clareava,
imaginei que sonhava
e era tudo real.

Ninguém mais coça bixo de pé.
Nem ninguém caça mais arrasta pé.
Vida é assim, é o que é.

Ninguem mais coça bicho de pé.
Nem ninguém mais caça arrasta pé.
Vida é assim... é o que é.

Vero
Natan Marques e Murilo Antunes