sexta-feira, setembro 22, 2006

Minhas vergonhas ou Poupando o dinheiro do analista - Parte III

Lá pela 5ª ou 6ª série eu achava que eu era gênio. Mesmo, uma mente privilegiada, que só não tinha sido escolhido por deus porque eu já não acreditava em deus na época. Mas se ele existisse eu era o escolhido.
Só quem podia rivalizar comigo (mesmo que a alguma distância) nas graves questões discutidas em sala de aula quando se tem 11 anos era o outro Fernando da sala, meu melhor amigo.
Eis que um dia o indivíduo tem a insensatez de tirar uma nota não apenas boa, mas maior que a minha, em matemática. Eu levantei, do nada, como um raio, brotei da terra no outro lado da sala e xinguei o cara: "rato branco!". Por que esse animal? Ou por que branco? Não sei. Foi ridículo. E esse tipo de manifestação irracional e incontrolável se repetiu em algumas outras situações, mesmo depois de adulto, como veremos.
Um demônio mora dentro de mim.


Ainda lá pela 5ª ou 6ª série, eu e meu melhor amigo resolvemos roubar um quadro do museu da cidade onde morávamos. Não me pergunte. Só para aplacar parte da sua curiosidade, informo que acabamos não roubando.
Mas a questão é que precisaríamos de nomes falsos para assinar o livro de visita. E o meu amigo sugeriu ?Antônio?. E eu respondi sem pensar "Não, muito caipira". E o segundo nome dele era Antônio. E o pai dele se chamava Antônio. E eu felizmente só me dei conta disso à noite, em casa. Foi horrível.