domingo, maio 15, 2011

A verruga, a berinjela e o cachorro

Para o Marcurélio, que não curtiu o “papo energia” do Cesar Millan, meu conselho de método de leitura.

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Na minha pré-adolescência me apareceu uma verruga no joelho (e o Marco agradece o nego que dedica história de verruga pra ele). Eu querendo passar a faca na parasita, família deliberando, e a história da verruga chega aos ouvidos da minha avó paterna. O que ela sugere? Uma simpatia, claro.

Tá, vó, qual a simpatia?” (tentando não fazer cara de pouco caso). “Você pega uma berinjela, corta em quatro, esfrega 3 partes na verruga e a outra parte você enterra.” Admito que não me lembro se tinha algum detalhe charmoso a mais, como enterrar em noite de lua cheia ou em sexta-feira 13, no cemitério ou no jardim do José Serra, não sei.

Eu e meu pai já começamos a teorizar sobre a história ter alguma possibilidade de funcionar, vai que a berinjela tem de fato alguma substância que atua sobre a verruga, essas histórias não aparecem à toa.

E toca a esfregar a berinjela. Cortada do jeito mais fácil de esfregar.

E não é que depois de alguns dias a verruga começa a diminuir? E vai indo, indo, e iu! Foi embora. Eu e o meu pai comemorando e divagando sobre as substâncias presentes na berinjela, e eu fico sabendo que, por via das dúvidas, toda noite minha mãe ia resgatar um pedaço da heróica berinjela e enterrava no quintal. Vai que, né?

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Ou seja, se o troço funciona, use. Não precisa acreditar na influência da lua sobre a verruga, ou na energia que você canaliza para o chakra do umbigo do cachorro, encontre suas próprias explicações.

Mas não se esqueça que esse negócio de ser cético atrai energia negativa.