quinta-feira, março 27, 2008

Liberdade ainda que à tardinha

Se você assiste tv a cabo já viu o comercial da ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura) em que o sujeito com ar preocupado faz sua campanha contra o projeto de lei que tramita no Congresso que obrigará as operadoras de TV por assinatura a destinarem boa parte da programação a programas nacionais.

O sujeito defende o meu direito de escolher o que assistir. Bom, apesar de achar o projeto de lei um equívoco completo, ele me incomoda muito menos que a campanha.

Primeiro porque nunca me senti escolhendo o que quero ver. Assisto reprises e mais reprises, a grade de programação muda sem consulta ou aviso, e pago por canais que não quero.

Segundo (mas principalmente) porque nunca havia visto a cara do fulano antes. Por que ele não apareceu em campanha contra os abusos dos próprios canais? Por que não vi a cara dele na hora de oferecer algo que preste? Agora que vê ameaçado o próprio pescoço ele vem pedir ajuda e, pior, com o meu chapéu.

Enfim, eu podia continuar, mas o texto de Alexandre Gameiro, no Overmundo, é muito mais competente que o meu. Separei alguns trechos a seguir (com negritos meus), mas não deixem de conferir o original.

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"(...) É óbvio que o que está em jogo não é, nem de longe, a liberdade de escolha. Qualquer assinante sabe disto. Primeiro, porque de fato o mercado é muito concentrado, com poucas empresas ofertando serviços, especialmente quando se está longe dos grandes centros urbanos. E esta concentração aumentou após a recente fusão de duas grandes operadoras, a Sky e a DirecTV. Em segundo lugar, nós assinantes não temos liberdade de escolha coisíssima nenhuma. Existem pacotes pré-formatados que eles disponibilizam a preços pouco acessíveis, com alguns poucos canais interessantes e muitos canais praticamente inúteis.

Por outro lado, parte considerável da grade de programação é ocupada por reprises, seja de programas atuais ou antigos. E estamos falando aqui de um espaço considerável, de muito mais de 10% da programação (é só dar uma rápida olhada em canais como Sony e Warner). Sobre a programação como um todo, no caso de uma assinatura básica, como a minha, 40% da programação disponível já é de conteúdo nacional, incluindo os canais disponíveis na TV aberta, canais de esportes e outros mais especializados.

Analisando estes números, percebe-se que as operadoras poderíam facilmente cumprir as determinações da lei, caso ela seja aprovada conforme o substitutivo do deputado Jorge Bittar (PT/RJ). Mas pelo que parece, a última coisa que a ABTA quer é a tal "liberdade na tv". A não ser que seja liberdade para eles fazerem a programação do jeito que bem entenderem e cobrando da forma como eles acharem justa. (...)"

sexta-feira, março 21, 2008

Salada russa

Madrugada dessas, uma rádio aleatória, algum lugar perto de Jundiaí...

-- Pastor, eu tenho 2 perguntas, mas antes queria pedir para o senhor mandar um abraço para a minha esposa.
-- Claro, irmão. Qual o nome da sua esposa?
-- Tem um problema, pastor. O nome da minha mulher é literalmente russo. É Cezarina.
-- Muito bem. Um grande abraço, dona Severina!
-- Err... é Cezarina, pastor.
-- Isso, um abração, viu dona Severina! E as suas perguntas, irmão?

***

E eu juro que o irmão usou o "literalmente" certinho mesmo.
Tou discado, nem se anime.