sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Veja, minha pequena

Minhas restrições à revista Veja vêm de longa data, por diversos motivos. E cada vez que eu folheio uma edição sou lembrado de algum destes motivos, quando não descubro mais um.

Então eu vou desabafar os 2 mais recentes, que eu sei que vocês não têm mais nada pra fazer:

1. Lançamento do Iphone, da Apple

O aparelho vira capa da Veja, como uma revolução nas comunicações. É a Veja trazendo o futuro para a classe média brasileira. Parece que tudo ali é novidade, brilhantes lampejos da Apple, coisas nunca antes imaginadas.

Muito mais sensata foi, por exemplo, a matéria da Superinteressante (que eu também não acho nenhuma maravilha), que destacou que o aparelho não traz nada de novo, como de costume na Apple, apenas otimizando recursos subutilizados por outros produtos anteriores. A frente sem botões, que a cada intenção de uso mostra funções diferentes, por exemplo, eu tenho há anos no meu Motorola 388 (que custou uns R$500 quando comprei, quando vi à venda pela última vez estava por uns R$300 e atualmente se a Motorola ainda tiver algum em estoque ele certamente te dará algum dinheiro para você levá-lo).

Entenda, não é que eu não tenha gostado do Iphone, pelo contrário, adorei. A abordagem da Veja é que me irrita.

2. A morte do garoto arrastado pelo carro no Rio

Claro, mais uma matéria da Veja no estilo "até quando?" (a mesma revista, aliás, que definiu o voto pela manutenção das armas em posse de civis), como sempre acontece quando surge uma boquinha dessas.

Nem tudo foi ruim na matéria. Claro, tinha o mapa do circuito percorrido pelo carro arrastando o menino, uma informação realmente indispensável :P, mas a lista de possíveis ações adotáveis no momento trazia coisas de fato interessantes. Viu, não é pura birra cega.

Mas então (ó o então, ó o então!), naquela matéria que ficava intercalando reportagem com editorial (assim mesmo, um parágrafo de reportagem, um parágrafo de editorial, em itálico, e assim por diante), chega o trecho em que o tal editorial critica as vozes que reclamavam de se forçar os criminosos a mostrarem seus rostos.

Bom, eu acho que cabe uma reflexão primeira exatamente pelo fato de eles ainda não terem sido julgados, ainda que seja óbvia a culpa dos mesmos.

De qualquer maneira, o argumento da revista nem passa perto de algo assim. A linha de argumentação fica em torno de "não se pode nem desfigurar um menino e permanecer no anonimato...", cheio de ironia, claro.

Ora, se o rosto em questão era de adulto, mostre-se porque é permitido e pronto, ou discuta-se a questão levantada acima, sobre divulgar antes de condenar formalmente. Se o rosto em questão era de menor de idade, não se mostra porque a lei assim proíbe e pronto, independente da gravidade do crime cometido.

Mas o argumento da revista ignora qualquer das possibilidades, e vincula a opinião sobre mostrar ou não rosto dos agressores à gravidade da falta cometida.

Até quando podia ter acertado na postura, a Veja se equivoca nos motivos.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Conversas imaginárias

- Doutor, eu fedo.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Camelidae

Tenho trabalhado como um camelo.

Se eu já escrevia como um dromedário antes, agora que estou trabalhando alpacas, nem adianta me lhama nem vicunha intenção de falar comigo, que eu já tou guanaco da cabeça.

Como você acabou de perceber.

Beijo, e até os próximos insuportáveis gêneros animal e estilístico.