segunda-feira, fevereiro 24, 2003

A música que ficou brincando comigo em uma madrugada de sonho recente, recusando-se a se mostrar inteira, mas também negando-se a deixar que outras viessem facilmente em seu lugar...

Que nobreza você tem
Que seus lábios são reais
Que seus olhos vão além
Que uma noite faz o bem
E nunca mais

Que salta de sonho em sonho
E não quebra telha
Que passa através do amor
E não se atrapalha
Que cruza o rio
E não se molha

Ludo Real - Vinícius Cantuária e Chico Buarque
Depois de um mês sem roer as unhas (e um final de semana em que a ÚLTIMA coisa que eu faria seria roer unhas), hoje, um dia típico de trabalho tenso e incertezas importantes, parte das unhas foi pro espaço. Não o suficiente para comprometer este mês inteiro de amor-próprio, mas o bastante para machucar um pouquinho o orgulho e, principalmente, para mostrar (mais uma vez) que algo tem andado errado por aqui.

Leia os sinais. Leia os sinais...
Obrigado, obrigado e obrigado...

muito obrigado às pessoas maravilhosas que fizeram deste final de semana de aniversário um prazer imenso, um ninho itinerante, que caminhava comigo para onde quer que eu fosse.

Tina, você é uma irmã, cúmplice até o último fio de cabelo, e morando no meu coração. Obrigado por sexta, mas obrigado também pelos últimos 6 meses, e por todos os que virão.

Obrigado Sal e Beto, pelos “pousos”, carinhos, conversas e confiança.

Obrigado Ale, seu filho da puta, que não vai à minha casa no meu aniversário mas se dá ao trabalho de ligar de outro continente para me dar parabéns. Quase chorei na padaria. Eu te amo, seu rabugento.

Paula e Sandra, que são minha família, minhas irmãs, minhas amigas sem fim.

Pai, que não acredita em aniversários (“parabéns, felicidades, essas coisas...”) e mãe, linda, linda, linda.

Denise, Luciana, Emílio, Luis (o louco sobre a faixa de pedestres) Fernanda, Vasiliki, povo todo com quem eu falei e que não pôde estar juntinho, obrigado.

Obrigado, muito obrigado Zel. Por estar fazendo parte da minha vida recentemente, por fazer parte dela há anos. Por ter entregue seu final de semana (e toda a vida que pode haver em um) ao meu final de semana. Por estar entregando sua vida à minha vida, e aceitando (e cuidando tão bem) a minha vida de volta.

E, finalmente, obrigado Carol. Que não pôde estar ao lado, mas esteve dentro. Por estar em tudo o que eu faço e quero fazer. Por ser o que explica e dá sentido aos meus dias e noites. Eu te amo, mulher.

quarta-feira, fevereiro 19, 2003

Desculpem, desculpem... nos últimos dias eu e meu apartamento estivemos em reforma. Houve dias de difícil acesso, dias de encaixotar e cobrir e esconder, dias sem chão, dias em que tudo parecia pronto quando surgia um pedacinho por terminar... Ainda há muito o que consertar e, principalmente, algum tempo até estar acostumado com a nova disposição das coisas, com a aparência mais clara e limpa. E tenho que escolher de uma vez (mesmo que não precise ser para sempre) o que permanecerá do que já está dentro, bem como o que devo trazer para ocupar o lugar de coisas que já não fazem parte da minha vida.

O interessante é que tenho a impressão de que, apesar de eu e meu apartamento estarmos sendo reformados, a vizinhança é que parece a cada dia melhor...

Obrigado pela cobrança. Estou voltando...
Um beijo, e até amanhã.

quinta-feira, fevereiro 13, 2003

Este post é coisa de chorar, sorrir por horas, chorar novamente, tremer e querer que a vida seja isso.
Ei... mas não é?!

"posts particulares tornando-se públicos
(pra você, fer.)


Ah! Que esse cara tem me consumido
A mim e a tudo que eu quis
Com seus olhinhos infantis
Como os olhos de um bandido
Ele está na minha vida porque quer
Eu estou pra o que der e vier
Ele chega ao anoitecer
Quando vem a madrugada ele some
Ele é quem quer
Ele é o homem
Eu sou apenas uma mulher


*

você me olha de soslaio, eu não sei desviar olhares. não conheço meias-medidas, minha casa não tem portas, tem cortinas, como um harém. você não diz nada mas me observa faminto, seus olhos e seu corpo falam comigo. sinto na pele seu desejo, arrepio e amoleço; como fruta no sol, fico cheirosa e tenra, peço pra ser mordida. você sorri de leve, de leve me afaga como quem diz "espera. vai ser como eu quiser" e eu espero, ah, eu espero. você me toca e eu transbordo, quero só fechar os olhos e deixar coisas acontecerem dentro de mim, fico sensível a cada toque leve e sutil dos seus dedos, sua boca que se abre só de leve e promete um beijo e sua língua macia. fecho os olhos e adivinho onde você vai me tocar, se sua boca vai se aproximar do meu pescoço (será que você vai me afagar ou me prender?) ou se meus seios vão se encostar mais no seu peito? meu sexo parece o centro de mim, pulsa-pulsa. quando você olha nos meus olhos e diz em silêncio "quieta", eu já sei. me deixo estar, ficar, e você procura tranquilo um caminho até meus lábios mais escondidos, melados de tanto esperar. tremo e não sei se olho ou se me dedico ao escuro dos meus olhos fechados, que vêem cores e imagens de corredores, de quadros numa galeria, de tetos espelhados e mosaicos enquanto você respira meu cheiro e subitamente mistura sua umidade com a minha, sinto escorregar sua língua e não sei se sou eu ou se é ela que deslizam, que brincam, não sei se me movo ou se suspiro e grito, sei que é um caleidoscópio sensorial, montanha-russa. me confundo e não sei se quero mais ou menos, se gozo ou se desfruto mais, paro e continuo, me concentro e me distraio na sensação, rio e quero chorar, brinco de balanço. sinto suas mãos, seu suor me fazendo escorregar, mais fluida que água, salgada e doce, sou enguia, peixe, menina com medo, tenho medo de tanta entrega, de ser sua pra sempre, se ser sua naquele instante e me perder de mim. seus dedos brincam comigo como se eu fosse marionete, e eu estico fios, resisto, deixo, relaxo, fico tensa, sei-não-sei, quero mais e menos e quero sua boca, seu pau, seus braços, seus cabelos e olhos e sua voz no meu ouvido, um ponto cego, uma estrela, um carro, gotas, sons e pêlos e fogos de artifício e... torrentes. de prazer, de gozo, de grito, torneira aberta, cachoeira, canal de suez, mediterrâneo, rio, goteira, ping, ping, ping. pong.

*

me vê, pede, provoca, deseja, mete (por favor!) e me manda ficar quieta. me segura, enfia os dedos na minha boca, lambuza meu rosto, puxa meus cabelos, me morde e me fode, muito, forte, pára e espera, faz o que quiser, não me ouça, não, sim, não-não-não, mais e (ah) mais, sim, mais, assim, por favor, por favor. deixa eu me esfregar e me mexer, mas sorri pra mim e pergunta "o que foi, menina?" com esse ar doce e safado, enquanto se diverte me vendo desfalecer, sorrir boba e entregue como uma flor recém-colhida."

segunda-feira, fevereiro 10, 2003

Ops, parece que o tempo acelerou um pouquinho; "amanhã" está chegando rápido...

sábado, fevereiro 08, 2003

2 da madruga em Paris, e o meu rabugento preferido lá, sem sono, mas cada vez mais carinhoso. Mano, acho que a distância tá amolecendo o seu coração. Manda um beijo para essa gracinha que está dormindo aí ao seu lado...
Lia e Rosa provavelmente se devorando nesse exato momento...

E o tal ciúme não veio. Mas mandou em seu lugar uma curiosidade de matar.
Na ilha de Lia, no barco de Rosa
(Meio-dia, meia-lua)

Quando adormecia na ilha de Lia, meu Deus, eu só vivia a sonhar
Que passava ao largo no barco de Rosa e queria aquela ilha abordar
Pra dormir com Lia que via que eu ia sonhar dentro do barco de Rosa
Rosa que se ria e dizia nem coisa com coisa

Era uma armadilha de Lia com Rosa com Lia, eu não podia escapar
Girava num barco num lago no centro da ilha num moinho do mar
Era estar com Rosa nos braços de Lia, era Lia com balanço de Rosa
Era tão real, era devaneio
Era meio a meio, meio Rosa, meio Lia, meio Rosa, meio-dia, meia-lua, meio Lia, meio

Era um partilha de Rosa com Lia com Rosa, eu não podia esperar
Na feira do porto, meu corpo minh'alma, meus sonhos vinham negociar
Era poesia nos pratos de Rosa, era prosa na balança de Lia
Era tão real, era devaneio
Era meio a meio, meio Lia, meio Rosa, meio Lia, meia-lua, meio-dia, meio Rosa, meio

Na ilha de Lia, de Lia, de Lia
No barco de Rosa, de Rosa, de Rosa

(Edu Lobo - Chico Buarque)

quarta-feira, fevereiro 05, 2003

Caiol, cadê você, meudeus?!?
Pronto... já me descobriram aqui. Mas também, o que eu queria? Convivendo com a solution-woman... Beijo, minha linda!