quinta-feira, setembro 25, 2008

Dieta de engorda

Essa semana, em um cinema perto de você, eu pensava no que comprar para comer durante o filme. Era uma da tarde (err... eu estava trabalhando? não?), eu só tinha tomado um copo de vitamina às 8 da madrugada, e como o filme estava para começar não daria tempo de almoçar.

A idéia era comer alguma bobagem gostosa com chocolate e tomar algo gelado e bom que trocasse o açúcar do chocolate por outro, mas ainda me manter disponível para almoçar depois do filme. Ou seja, um suflair e uma coca, claro.

Quanta coca pedir, se não estou exatamente com sede, nem quero beber algo até me sentir entupido? Não muita.

“Um suflair e uma coca light”
“A coca, que tamanho?”
“Quais tem?”
“Pequena, média e grande”
“…”
“A pequena tem 500 ml, a media 750 ml e a grande 1 litro”
“Como? A PEQUENA é a de 500 ml? A pequena, então.”

E enquanto ela pegava minha coca, aproveitei para ler aquele treco com os preços. Estava lá:

REFRIGERANTES
Grande ..... R$blongas,90
Médio ....... R$dembos,90
Infantil ..... R$ragenos,90

Alguém mais leu “Infantil” ali? Alguém mais lembra que esse infantil é o de 500 ml? 500 ml é refrigerante pra caramba!

Se isso não mostra algo de muito errado na alimentação da molecada e na nossa como um todo, não sei o que mostra…

***

“…a Coca-Cola e a Pepsi não cortaram simplesmente o preço da garrafa. Isso teria apenas afetado a margem de lucro, pois quantas pessoas iriam comprar uma segunda garrafa de refrigerante só porque custa alguns centavos a menos? As empresas tiveram uma idéia muito melhor: elas iriam aumentar o tamanho dos seus refrigerantes. Já que uma matéria-prima do refrigerante – o adoçante extraído do milho – estava agora tão barata, por que não fazer com que as pessoas paguem apenas alguns centavos a mais por uma garrafa substancialmente maior? Corte o preço por grama, mas venda um monte de gramas a mais. Assim teve início a transformação da esbelta garrafa de 226 gramas para o modelo rechonchudo de 566 gramas oferecido pela maior parte das máquinas de refrigerante hoje.
(…)
…Wallerstein tentou tudo o que tinha imaginado para levanter as vendas – promoções dois-por-um, preços especiais de matinê –, mas descobriu que simplesmente não conseguia induzir os clients a comprarem mais do que um refrigerante e um saco de pipocas. Ele achava que sabia a razão: os consumidores se sentiam como glutões ao pedir um segundo saco ou uma segunda garrafa.
Wallerstein descobriu que as pessoas pediriam, sim, mais pipocas ou mais refrigerante – muito mais – contanto que esses viessem numa só embalagem gigante. Assim nasceu o balde de pipoca, os copos gigantes de refrigerante e, no devido tempo, o Big Mac e a porção jumbo de fritas…”

O Dilema do Onívoro
Michael Pollan
Rio de Janeiro : Intrínseca, 2007
p118

segunda-feira, setembro 22, 2008

Plágio ao volante

Sabe quando você encontra uma vaga para estacionar mas na última hora percebe que não vai dar para enfiar ali o carro, ou vai ter muito trabalho para fazer isso, simplesmente porque a pessoa que parou na vaga ao lado não achou importante limitar o espaço que o carro dela ocupa à própria vaga?

Se isso nunca aconteceu com você, ou você não sai de casa, ou você costuma parar ocupando um naco da vaga ao lado. Pense nisso.

Pois bem, isso costuma nos deixar tão irritados que temos há um bom tempo um plano ainda não completamente definido, mas que envolve um adesivo provavelmente semelhante a isso:


***

Desde o dia 18 de setembro deste ano, os motoristas cariocas que fazem caquinha, como estacionar em local proibido, fechar cruzamentos e coisas assim têm um adesivo colado no veículo com a frase: "eu sou um abacaxi para o trânsito da cidade".

***

São dois problemas:

1. Pensamos “roubaram nossa idéia! Abuááááááá!”

2. A iniciativa carioca não é de pessoa física, como eu ou você, mas da Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro.

Em um primeiro momento achei interessante, inovação e criatividade nunca é demais. Mas depois fui notar alguns detalhes, em especial o fato de que condutores flagrados não são multados.

O estado abre mão de um instrumento que tem (a multa), para usar um que não tem (qual a lei que autoriza um agente do estado a colar algo no meu carro de acordo com meu comportamento no trânsito?).

E perceba, não sou necessariamente contra os adesivos. Pelo contrário, sou a favor de mais rigor, sendo portanto favorável a mais multas.

Enquanto eu queria poder multar, o Rio trocou as multas pelo adesivo.

terça-feira, setembro 02, 2008

Esstra!!

O Uol divulgou semana passada a pesquisa "Os Brasileiros e a Corrupção". Eu li e tem umas coisas bem interessantes, você devia dar uma olhada.

Mas um gráfico chamou minha atenção...

Quero ver quando sai a "Os Brasileiros e o Analfabetismo".